Salmo 126: A Alegria do Retorno

Salmos 126 – A Alegria do Retorno

Introdução: 

Nosso último culto presencial foi no dia 15 de março de 2020. Quatro meses e quatro dias atrás. Exatos 126 dias. Da noite para o dia privados do culto presencial, da entrega presencial dos dízimos, da ceia do Senhor. 

Uma coincidência ler o Salmo 126 que fala justamente do mesmo contexto que vivemos hoje. Fomos privados do culto presencial e agora estamos retornando para o nosso lugar. 

Contexto: 

Salmo 126, um cântico de Sião, é o sétimo Cântico dos Degraus. Foi composto na época da restauração de Jerusalém, após o cativeiro na Babilônia. Seu clima é de alegria ímpar, depois das tristezas de um longo exílio. 

O tema da mensagem é: A Alegria do Retorno

Ele é dividido em duas partes: A alegria pela restauração passada e a Alegria pela restauração futura.

1) A Alegria pela Restauração Passada  – Nos lembrar do que Deus fez 

Aqui, o olhar está apontado para o passado. A situação inicial, antes da alegria, era extremamente dura. Dura a ponto de eles não verem mais saída para o problema. Por isso, quando Deus agiu beneficamente para com eles e transformou a situação, era como se o que era inacreditável, algo como um “sonho”, tivesse ocorrido (v.1): “Quando o Senhor restaurou a sorte de Sião, nós ficamos como aqueles que sonham”. 

Ao dizer que a “sorte de Sião” foi restaurada, ele não diz de que modo isso foi feito, mas, a julgar pelo desenvolvimento do salmo, Deus lhes restaurou as tão necessárias colheitas (vv.5,6). Seja trazendo de volta do cativeiro, afastando um inimigo que os impedia de trabalhar na lavoura ou produzindo chuva e fertilidade que estavam ausentes, o fato é que Deus agiu e eles finalmente tinham o que comer e o que oferecer como gratidão em Jerusalém — e por isso cantavam. Durante o período de Neemias, muitos judeus estavam passando fome. 

No passado Deus os restaurou!!!

126.1-3 — O retorno do cativeiro babilônico havia sido ansiado por tanto tempo que parecia um sonho àqueles que voltavam. Alguns haviam esperado a vida inteira. A alegria do povo era incontida; não parava mais de louvar a Deus. O clima era de riso e alegria, de deleite na salvação de Deus (Is 12).

  1. O povo tinha perdido a liberdade, a Pátria, o templo, a família, o culto, as festas. O cerco, a fome, a espada, o opróbrio, a escravidão.

A alegria coletiva do salmo se dá após um período muito duro de sofrimento. Suas circunstâncias são difíceis de definir e sugestões como exílio, cerco militar, peste e seca são sugeridos. Independente de qual tenha sido o fator que produziu dor em Israel.

70 anos como escravos. 

Nabucodonosor, Belsazar, Ciro e Dario – persas.

Salmo 137 .1 retrata como eles se sentiam antes do retorno: 

  1. “Às margens dos rios da Babilônia”. Foram arrancados do lar. Seus vínculos foram quebrados. Perderam seus bens, família. Estão aonde não gostariam de estar. Eles perderam a presença do Templo, do culto, das festas.
  2.  “Nós nos assentávamos”. O se assentar nas Escrituras denota acomodar. Não se assente na roda dos escarnecedores enfatiza que não devemos ficar confortáveis ali. Quando Jonas se assenta no cap. 4 esperando a destruição de Nínive, ele está acomodado em seu ministério. Da mesma maneira, agora eles estão sem esperança. Apenas se lembrando daquilo que tinham mas que agora era passado.
  3. “… e chorávamos”. O choro aqui era de tristeza e melancolia. Não um choro esperançoso de arrependimento e retorno, mas um choro de luto, sem saber se um dia voltariam. 
  4.  “… lembrando-nos de Sião”. Seu desejo é o retorno da Pátria. Sua cabeça não estava na Babilônia. Eles desejavam ardentemente voltar.  

Depois de 70 anos, Deus move o coração de Ciro. E milagrosamente ele emite um decreto enviando o povo de Deus de volta à Terra prometida. Parecia um sonho. Mas Deus operou. Não era um sonho, era o cumprimento da promessa. Eles estavam indo de volta para a terra!!!! 

O salmista, ao escrever seu cântico, sente uma alegria intensa que tem duas motivações, as quais marcam as motivações da alegria verdadeira de todos aqueles que conhecem e esperam no Senhor.

A ALEGRIA DA RESTAURAÇÃO 

Vs. 2a: “Então a nossa boca se encheu de riso, e a nossa língua, de júbilo”

O canto que erguiam era rejubilante, pois eles mesmos rejubilavam por sua condição. Essa alegria levou pessoas de toda parte a reconhecer a bondade do Senhor para com seu povo. 

As nações reconheceram isso (v.2b): “Então, entre as nações se dizia: Grandes coisas o SENHOR tem feito por eles”. 

E os próprios israelitas o reconheceram (v.3a): “Com efeito, grandes coisas fez o SENHOR por nós, por isso estamos alegres”. 

Assim, olhando para o passado, era fácil para aqueles homens se alegrarem de modo real com base na graça de Deus que cuidou deles e lhes proveu o necessário. Eles nem tinham como esquecer que Deus, ao agir generosamente, lhes concedeu uma alegria transbordante. 

Aplicação: 

Infelizmente, muitos crentes são propensos a olhar para o lado obscuro de todas as coisas e a gastar muito tempo pensando no que eles têm passado, em vez de pensar no que Deus tem feito por eles. Faça-lhes perguntas sobre as impressões deles a respeito da vida cristã, e descreverão seus permanentes conflitos, suas profundas aflições, suas tristes adversidades e a pecaminosidade de seus corações, sem qualquer referência à misericórdia e à ajuda que Deus lhes tem dado.

É verdade que sofremos provações, mas também é verdade que somos libertos delas. É verdade que temos nossa depravação, e pesarosamente sabemos disto, mas igualmente é verdade que temos um Salvador todo-suficiente, que vence estas corrupções e nos livra de seu domínio. 

O QUE DEUS FEZ POR NÓS? 

  • A Salvação presente. A Redenção. A morte de Cristo. A vida eterna. 
  • Mas sofremos. Mas ainda há muitas dificuldades. A Salvação já houve, mas ainda estamos sendo salvos. 

2) A Alegria da Restauração Futura – A Esperança do que Deus ainda fará 

126.4 — ELES VOLTARAM, MAS HAVIAM MUITOS DESAFIOS 

Ao retornar, existiam inimigos que ocuparam a cidade. Inimigos do povo de Deus desencorajando o povo, amedrontando o povo. Neemias tem que lidar com isso. A fome naquele lugar. Os altos tributos sendo pagos ao reino Medo-Persa. A reconstrução da cidade. Jerusalém não tinha muros. O templo estava em ruínas. E havia o risco de eles caírem novamente nos mesmos pecados de seus pais. Alguns que voltaram do cativeiro, já estavam se misturando com mulheres dos outros povos e caindo em idolatria novamente. 

E muitos judeus ficaram na Babilônia, o retorno foi parcial. A restauração não é completa, e então ele olha para o futuro, quando Deus restaurará plenamente o seu povo. 

“Restaura” é verbo (shuvah) – Faze-nos regressar, faze-nos voltar. As pessoas que voltavam eram uma pequena porcentagem das que tinham sido exiladas. Faze-nos voltar é o começo da oração para que Deus acabasse de libertá-los e lhes devolvesse a terra. Profeticamente, no entanto, trata-se de uma oração pela vinda de Jesus, que concluirá a obra de Deus em meio ao Seu povo. 

Como as torrentes do Neguebe. 

Deserto do Neguebe. 

Quanto aos israelitas, eram como os leitos secos dos rios do Neguebe — região montanhosa ao sul de Israel marcada pela seca. As chuvas naquela terra são pouco frequentes e seus rios intermitentes passam a maior parte do tempo secos. Entretanto, quando a chuva cai, torrentes de águas correm velozmente pelos leitos antes secos dos seus rios. Do mesmo modo, Israel era completamente dependente do Senhor para ter alimento: se Deus generosamente continuasse a lhes dar chuva e fertilidade, eles seriam renovados e fartos, assim como o deserto, quando lhe cai a chuva.

A bondade de Deus não era vista de forma isolada da responsabilidade que eles mesmos tinham de trabalhar pelo sustento.

Cuidado com os dilúvios, com as águas fortes. Elas vem no meio do deserto. Apenas seca. Apenas poeira. 

E uma vez por ano chove. E essa chuva que vem torrencialmente por onde passa gera vida. O deserto agora se torna verde. Flores. Frutos. Da morte para a vida. 

126.5,6 — O povo de Judá havia ido para Babilônia em lágrimas. Mas sua tristeza rendeu recompensas tremendas; o Senhor veio resgatar mais uma vez Seu povo (Sl 34-18; Is 66.2; Mt 5.4) e, ao retornarem a Judá e Jerusalém, estavam colhendo uma safra de pura alegria.

Vs. 5-6: “Os que com lágrimas semeiam com júbilo ceifarão. Quem sai andando e chorando, enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes.”

Com a ajuda do Senhor eles não apenas teriam forças para fazê-lo, como obteriam o resultado que almejavam (v.5): “Aqueles que semeiam com lágrimas, colherão com júbilo”. O trabalho era árduo e os receios de insucesso, preocupantes, tudo isso a ponto de lhes fazer chorar. Mas a esperança que tinham na bondade de Deus e na fidelidade de suas promessas os fazia antever o resultado na forma de uma colheita que certamente lhes traria júbilo. A última frase do salmo diz a mesma coisa de maneira mais vívida (v.6): “Aquele que vai andando e chorando, carregando uma sacola de sementes, tornará a vir com júbilo, carregando os seus feixes”. 

Aqui, o trabalho é destacado na ação de “carregar”. Em agonia, eles carregavam pelo campo pesados fardos de sementes a fim de lançá-las à terra. O uso do gerúndio —“andando”, “chorando”, “carregando” — serve para demonstrar que o trabalho era longo e cansativo. Porém, eles estavam certos de que trariam sua colheita, seus feixes amarrados, para casa e também para as festas em Jerusalém. Se isso já foi motivo de alegria, ainda o seria muitas vezes — essa era a confiança deles em Deus. E a generosidade que aguardavam do Senhor, no futuro, era razão mais que suficiente para se alegrarem de modo real no presente.

Ilustração:

Metáfora onde suas lágrimas são comparadas a uma semente, que se semeadas da maneira correta, então elas te trarão alegria. 

1 – há a possibilidade de desperdiçar as lágrimas. Há a possibilidade de entristecer e chorar de modo que não produzirá fruto algum. Que tipos de lágrimas você está derramando? Qual tem sido sua tristeza? Pelo que você chora?

 O que essa metáfora nos ensina é que a alegria é produzida pela tristeza.  Mas qual tipo de tristeza? 

Por quais razões você casou comigo? 

–           Olhe o estilo de vida que eu tenho com você 

–           Olhe o ótimo carro 

–           O ótimo apartamento 

–           O Dinheiro 

Isso não é horrível? É isso que muitas vezes queremos em nosso relacionamento com Deus. Não choramos porque não temos mais do Senhor, choramos por causa de coisas criadas. 

Toda glória que recebermos dos homens perecerá. Todo título que tivermos passará. Todo dinheiro que temos não valera nada na eternidade. O que norteia nossa vida? Pelo que choramos? 

Deus deu seu filho por você, ele morreu na cruz por você. Ele nos deu tudo! E nos preocupamos com prosperidade material. Queremos conforto. Queremos tranquilidade. Queremos uma vida fácil. 

Choramos porque não temos mais dinheiro. Choramos porque não temos a casa que gostaríamos. Choramos porque queremos ser importantes, queremos ter significado, segurança, não ter doenças, não ter sofrimento. 

Paulo diz para os Filipenses que se alegra porque Cristo é pregado, mesmo estando preso. Ele diz que mesmo que fosse oferecido por libação sobre o sacrifício e serviço da fé dele, se alegraria. A alegria de Paulo não estava nesse mundo. Ele amava ao Senhor, sua alegria estava em Deus. Mesmo que o mundo inteiro fosse dado a ele, isso não o satisfaria. 

Ele reputou por perda todas as coisas para ganhar a Cristo. Eu quero conhece-lo!! Esse era o seu maior anseio. Ele era pobre. Às vezes ele passava fome. Ele apanhava em todos os lugares onde ia. Ele era considerado a escória da sociedade. Ele não dizia que queria mudar isso. Ele dizia: EU QUERO CRISTO!!! 

“Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo

e ser achado nele, não tendo justiça própria, que procede de lei, senão a que é mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus, baseada na fé; para o conhecer, e o poder da sua ressurreição, e a comunhão dos seus sofrimentos, conformando-me com ele na sua morte; para, de algum modo, alcançar a ressurreição dentre os mortos”. Fp 3.8-11 

“Eu não choro porque eu não tenho coisas. Eu choro porque eu não sou como Jesus”. Paul Washer. 

O que você realmente quer? 

O QUE DEUS FEZ POR NÓS 

ANDANDO, CHORANDO, CARREGANDO 

Isaías 53.4: “Certamente ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si”. 

Mesmo verbo: nasah – carregar, levar 

Ele andou entre nós. “E o verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai”. João 1.14

Ele chorou: Hebreus 5.7 “Ele, Jesus, nos dias da sua carne, tendo oferecido, com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas a quem o podia livrar da morte e tendo sido ouvido por causa da sua piedade”.

Isaías 53.11 “Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito; o meu Servo, o justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si”. 

O QUE DEUS FARÁ POR NÓS? 

  • A nossa esperança: A Redenção Final. A Volta de Jesus. A Redenção do Corpo. A Glória Futura. A Vida eterna. 

Apocalipse 21.1-7: 

1 Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe.

2 Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, ataviada como noiva adornada para o seu esposo.

3 Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles.

4 E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram.

5 E aquele que está assentado no trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E acrescentou: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras.

6 Disse-me ainda: Tudo está feito. Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim. Eu, a quem tem sede, darei de graça da fonte da água da vida.

7 O vencedor herdará estas coisas, e eu lhe serei Deus, e ele me será filho.

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